Fenadados e Cobra assinam o ACT 2016/2017
Os trabalhadores da Cobra Tecnologia assinaram nesta terça-feira (29), em Brasília, o ACT – Acordo Coletivo de Trabalho 2016/2017. Na semana passada, os/as trabalhadores/as aprovaram, por maioria, a última proposta negociada com a empresa.
O reajuste será de 7,98% nos salários; 8,98% na 13ª Cesta Alimentação, Auxílio Refeição, Auxílio Creche e Pré-escola e Auxílio Escola; e de 10,48% na Cesta Alimentação.
Saiba como foi a Campanha Salarial 2016/2017:
PCCS – A empresa começou esta campanha com uma proposta ilusória e que dividia os trabalhadores. Queria trocar a campanha salarial pela implementação do seu PCCS. Entretanto, já aprovado pelos órgãos controladores, o PCCS foi elaborado, monocraticamente, pela empresa e apresentado ao conjunto dos trabalhadores em 2014. Desta forma, entendemos que sua aplicabilidade é de total responsabilidade da empresa.
Além disso, o PCCS em vigor prevê reajuste por mérito ou por antiguidade a cada dois anos, o que deverá ser oportunizado pela empresa neste ano. Então, a Cobra queria que abríssemos mão da campanha salarial por algo que ela própria já havia se comprometido a fazer.
É importante destacar ainda que, segundo a área financeira, a folha de pagamento da Cobra Tecnologia é de R$ 25 milhões. A regra do PPCS determina que o teto de gasto com a progressão e ascensão funcional equivale a 1% da folha de pagamento. Portanto, a expectativa é de que a empresa destine R$ 250 mil para as promoções.
Proposta econômica – O índice de reajuste do último período (ICV-DIEESE) para quem tem data-base no mês de outubro é de 8,0838%, já o IPCA é de 8,48%. Cientes de que o resultado negociado (7,98%) esteja aquém do objeto reivindicado em pauta (ICV-DIEESE) e à luz da atual conjuntura política/jurídica e econômica do país, todos os sindicatos representados no último comando não enxergaram uma saída para uma greve, ainda que seja justa a luta por melhorias no plano de saúde e aumento real de salários. Isso porque não seria possível alcançarmos vitória em uma disputa política, jurídica e econômica neste cenário.
Na campanha salarial anterior, o comando encaminhou pela greve, pois acreditávamos e tínhamos análises conjunturais de que seria possível ampliar e melhorar a proposta negociada com a luta, e foi o que ocorreu. Neste ano, muito embora não tenhamos alcançado o que parcela dos trabalhadores queria, foi encaminhado pela aceitação da proposta ao consideramos o cenário atual.
Lembre-se que este ano os bravos companheiros bancários, após a maior greve da história da categoria, encerraram a campanha salarial sem ter conseguido o índice total da reposição da inflação.
Não nos esqueçamos de que os poderes Executivo e Legislativo (presidente da República, governadores, senadores, deputados federais e estaduais/distritais, prefeitos e vereadores) e Judiciário (no nosso caso, principalmente, o TST – Tribunal Superior do Trabalho) vêm apontando nos últimos meses pra um ataque aos direitos trabalhistas conquistados com retirada de benefícios e arrocho salarial.
É com estas informações que, muito embora acreditemos na luta, os trabalhadores e trabalhadoras decidiram na quinta-feira (24) e na sexta-feira (25), com uma pequena diferença mas por maioria, pela aceitação da proposta negociada.
Com isso, foi comunicado o resultado à empresa e tomadas as providências para a assinatura do ACT 2016/2017 ontem (29).
Desafios – Apesar do encerramento da campanha salarial, ainda há vários outros desafios que não se esgotaram e pelos quais a Fenadados e os sindicatos filiados continuarão trabalhando. É o caso da implementação do PCCS (ainda que seja uma prerrogativa da empresa, vamos agendar uma reunião específica para tratar do assunto, pleito já acatado pela empresa) e da previdência complementar (já autorizada pelos órgãos competentes).
Além disso, seguirão batalhando por melhorias no plano de saúde (na campanha 2016/2017, criou-se uma comissão permanente, e neste sentido, vamos agendar a primeira reunião o quanto antes).