Intransigência e corte de direitos marcam Campanha Salarial do SERPRO
A Campanha Salaria do SERPRO 2020/2021 iniciou com a empresa assumindo uma postura truculenta. De início, já apresentou a proposta de prorrogação de um pré-acordo, condicionada à não realização de paralisações ou greve e sem retroatividade do reajuste e seus efeitos. Isso foi o sinal do que estava por vir! Só após solicitação da FENADADOS de mediação do TST nas negociações, o SERPRO apresenta uma nova proposta, elaborada unilateralmente e sem os condicionantes.
Apesar da pauta de reivindicações apresentada pelo conjunto dos/as trabalhadores/as do SERPRO ser bastante enxuta, reajuste das cláusulas econômicas, renovação das demais cláusulas e inclusão de duas novas, referentes à defesa do SERPRO como empresa pública e garantia de emprego, a empresa não apenas negou o conjunto das propostas, como apresentou uma pauta criada por ela, repleta de retrocessos. Começando com redução de estabilidade de emprego de 24 para 12 meses, quando a transferência é de interesse da empresa; redução do adicional de hora extra; criação uma nova divisão entre os trabalhadores/as, como “novos contratados” e os atuais. Com essa fragmentação da categoria, busca retirar a licença prêmio, acabar com o anuênio e propõe a partir de agora o pagamento de quinquênio; fim da licença prêmio para os “novos” contratados e o fim da 13ª cartela de tíquete (já acabou com a 14ª). Vale salientar, que ambas foram motivos de negociação para reduzir perdas salariais de Acordos anteriores.
Mediação do TST
A segunda mesa não foi diferente! Proposta de ZERO reajuste nas cláusulas de impacto financeiro; informe de que a PLR só será paga no segundo semestre, sob a alegação do momento de “instabilidade e crise econômica”.
Em mais uma tentativa, de colocar a pauta dos trabalhadores na negociação e evitar as perdas econômicas e a redução de direitos propostos pela empresa, a representação dos trabalhadores/as solicita uma nova mesa com o SERPRO. Na reunião, a empresa mais uma vez desconsiderou a pauta dos/as trabalhadores/as e reapresentou a sua, insistindo na tentativa de fechamento de um acordo prejudicial a todos os trabalhadores e trabalhadoras da empresa.
Diante do impasse criado, a partir da intransigência da direção do SERPRO, as representações sindicais decidiram buscar novamente a mediação do TST, deixando esta decisão registrada na ata da reunião. Ao contrário do que vem alardando a empresa, isso não é ruptura do processo negocial, muito pelo contrário, é a busca de uma negociação com um mediador que possibilite um processo negocial justo e menos intransigente, como vem impondo a empresa.
Assembleias virtuais
A realização das Assembleias virtuais têm sido fundamentais para esclarecimentos à categoria após a realização de cada mesa. Mesmo em meio a uma pandemia e nesse quadro de isolamento social, a diretoria do sindicato tem se esforçado para garantir a transparência do processo negocial e principalmente, insistir na importância da unidade dos/as empregados/as nesse momento de ameaça de perdas e ataques à nossa organização.