SERPRO mantém intransigência e insiste em retirar direitos
A segunda rodada de negociações demonstra mais uma vez a intransigente postura da direção do SERPRO, que insiste em retirar direitos e não reajustar as cláusulas econômicas, de forma a prejudicar os verdadeiros responsáveis pelos excelentes desempenhos da empresa: seus empregados.
A afirmação de que a SEST impõe limites, não passa de uma meia verdade usada de forma conveniente pelos negociadores da empresa para que, esta, sim imponha o que deseja para o(a)s trabalhadore(a)s. Afinal, ninguém desconhece que tais limites não são intransponíveis. Acordo que seja fruto de negociação mediada pelo TST, ou decisão do TST sobre negociação salarial em que não haja acordo, são exemplos de situações que podem transpor o que a SEST determina. Da mesma forma, havendo boa vontade da direção da empresa em negociar e iniciativa para argumentar com a SEST, esta pode rever orientações que tenha dado inicialmente. Nesses casos, vale lembrar que a pressão dos trabalhadores com mobilizações fortes, são fundamentais.
A proposta de abono com retirada da cartela do tíquete, na prática vai levar o(a)s trabalhadore(a)s a abdicarem de reajuste salarial este ano e da 13a. cartela de tíquete com apenas um abono em troca. Alguém acredita que o SERPRO vai ser bonzinho para colocar de volta no ACT do próximo ano a 13a. cartela, sem que isto esteja garantido no ACT deste ano? Ainda que garanta neste ACT, devemos lembrar que a nova legislação aprovada pelo Congresso conservador que aí está, acabou com a possibilidade de renovação automática do ACT enquanto não houver outro. E mais, o ACT no próximo ano pode estar sendo negociado com o SERPRO privatizado e com um número bem reduzido de empregados, então a possibilidade de retornar a 13a. Cartela para quem saiu será de 0% e para quem tiver permanecido na empresa, será de 0,01%.
Ao tomar como referência os dados da FIPE sobre reajuste nas negociações, percebe-se que, como o lema do atual governo e de seus representantes na direção do SERPRO é privatizar, é compreensível que queiram utilizar a régua do mercado e tão somente ela, para avaliar o reajuste de salário a ser proposto para o(a)s empregado(a)s do SERPRO, desconsiderando o relevante trabalho prestado por eles, suas potencialidades, elevado grau técnico, e os lucros auferidos para a empresa. Afinal, tudo isso só é reconhecido nas lives e informes do SERPRO, para que seu quadro de funcionários adote a postura típica do “me engana que eu gosto”.
Por fim , misturar o pagamento da Participação nos Lucros e Resultados, dinheiro garantido por Lei e pelo trabalho do conjunto do(a)s trabalhadore(a)s, com campanha salarial, é desmerecer o esforço desses trabalhadores e sua capacidade de raciocinar, pois, claro está, que o pagamento de PLR não justifica a proposição de reajuste zero.
Esperemos a reunião de amanhã, para refletirmos sobre os rumos da atual campanha.