Direção do SERPRO avança na escalada de autoritarismo e desmonte da empresa
Em mais uma escalada de autoritarismo e desmonte da empresa, a diretoria do SERPRO, na figura do atual Presidente Gileno Gurjão Barreto, encerrou a semana passada aprofundando a já injuriosa falta de transparência da atual gestão e o desmonte da corporação. Dessa vez, os ataques vieram por meio de decisões voltadas para a terceirização e extinção de serviços e programas, desregulamentação de processo de contratação, ocultação da agenda da diretoria e até a destruição de símbolos da empresa.
Ao lerem o “informativo SINOR” da última sexta-feira (16/10), os trabalhadores e trabalhadoras do SERPRO foram surpreendidos com mais uma avalanche de cancelamento de normativos, dentre os quais destacamos os seguintes:
Norma TR 005: Criada com a finalidade de normatizar a obrigatoriedade de divulgação das agendas dos diretores do SERPRO, foi extinta sob o argumento de que a PORTARIA Nº 121, DE 27 DE MARÇO DE 2019 desobrigaria a empresa de divulgar tais agendas. No entanto, em local nenhum da portaria, nem dos normativos que ela cita, está claro tal desobrigatoriedade. Ainda que estivesse explícito algo nesse sentido, a impressão que fica é que a diretoria do SERPRO, incomodada com os comentários críticos que vem recebendo pelos encontros dos diretores com pessoas do governo para acelerar a privatização, está fazendo uma interpretação conveniente da portaria, para a ocultação dessas agendas. A pergunta que fica é: o que há de tão grave a ser escondido nesses encontros, que além de se proibir a divulgação do conteúdo, agora estão tentando ocultar a existência deles?
Resolução GP/001 e DD OE/064: Essa Resolução e a Decisão de Diretoria, respectivamente, instituíram a Política de Qualidade de Vida e os Comitês e Subcomitês de Qualidade de Vida no Trabalho. A extinção delas representa o fim de um importante programa da empresa voltado para a qualidade de vida dos empregados e empregadas, o que vem demonstrar o desprezo do atual governo e da diretoria do SERPRO, com tudo que diz respeito ao ser humano.
Normas GP/067, GP/088, GP/008: De uma só canetada o presidente o SERPRO parece querer acabar com o serviço social da empresa e com os normativos voltados para a readaptação e reabilitação de empregados com restrições laborais e com o treinamento e qualificação para pessoas com deficiência. Há quem acredite que serão criadas outras normas restabelecendo tudo isso. Será? Lembremos que já acabaram com a atividade de psicologia na área de saúde ocupacional. A depender da sensibilidade da direção que está aí, o mais provável é que nada disso seja retomado, por mais perversa e desumana que seja tal medida.
Norma CO/006: Essa norma instituiu o mouse animado como símbolo institucional da empresa. Ao ser extinta, causa a impressão de que há uma vontade de exterminar até os símbolos do SERPRO. Ou será que vão apenas substituí-lo pela imagem do “Tio Sam” ou do Trump?
Não nos iludamos! A sanha entreguista e privatista do atual governo, incorporada pela diretoria do SERPRO, funciona na prática como uma máquina de destruição que ataca o patrimônio cultural e histórico da empresa, avança sobre seus processos, sua finalidade, seu patrimônio físico, e não vê limites na possibilidade de esmagar sonhos e direitos das pessoas, ainda que isso custe a vida de algumas delas.
A ideia parece ser destruir tudo e acabar com qualquer vestígio que possa lembrar o espírito público que sempre esteve presente na história dessa, que continua sendo a maior empresa pública de TI da América Latina, apesar da dilapidação a que está sendo exposta pelos seus diretores e pelo atual governo.
#NãoàPrivatizaçãodoSerpro