Neste 8 de março, mulheres denunciam impactos da pandemia e descaso de Bolsonaro
Para fortalecer luta feminista nas redes sociais, a CUT produziu uma série de cards que serão divulgados em março com informações e dados sobre a realidade da vida das trabalhadoras no país
Na luta pela vida e por condições dignas de sobrevivência, com o mote “Pela Vida das Mulheres, Resistiremos: contra a fome, a miséria e a violência! vacina para todas e todos, já e Fora Bolsonaro”, as mulheres CUT, de movimentos sociais, sindical e feministas vão fazer no próximo dia 8 de março, data que se celebra o Dia Internacional da Mulher, atos, diálogos e denúncias sobre a situação das mulheres em todo o país.
Serão realizarão bate-papos, mobilizações presenciais com segurança por todas e também virtuais nos estados e um ato nacional que será transmitido pelas mídias digitais da CUT e de entidades parceiras.
Para ajudar na mobilização, a Central disponibilizou uma série de cards em pílulas, com informações e dados sobre a vida e o trabalho das mulheres, para serem divulgadas nas redes sociais. [Mais informações abaixo]
“A luta é contra a fome e a miséria, que é um dos problemas sofridos por grande parte das mulheres nesta pandemia, especialmente depois que o governo parou de pagar o benefício”, disse a secretária da Mulher Trabalhadora da CUT, Juneia Batista, se referindo ao auxílio emergencial de R$ 600 – R$ 1.200 para mães solo – aprovado pelo Congresso Nacional, que o governo de Jair Bolsonaro (ex-PSL) pagou até dezembro.
“A gente quer e vai lutar por três coisas: a vacina urgente para todos e todas, a volta do auxílio emergencial no valor de R$600 e o Fora Bolsonaro e sua corja já!”, completou a dirigente.
Situação das mulheres
Nove em cada dez mães de favelas tiveram dificuldades para comprar comida para a família por causa da perda de renda, fim do auxílio emergencial e dificuldades para se recolocar no mercado de trabalho – a taxa geral do desemprego das mulheres é 39,4% superior a dos homens.
A pandemia do novo coronavírus, que já matou mais de 257 mil pessoas no Brasil, agravou a situação que já era ruim e aumentou a desigualdade entre homens e mulheres na vida e no trabalho e ainda aumentou a violência doméstica – a cada dois minutos uma mulher á agredida no país.
Em meio a esta tragédia, o descaso de Bolsonaro com a saúde dos brasileiros e a economia do país, torna a situação das mulheres ainda mais difícil. Elas não podem contar com políticas públicas em nenhuma área e têm de se virar como conseguem.
Para Juneia, o caos em que o país está mergulhado é resultado do desgoverno Bolsonaro que nada fez ou está fazendo para salvar vidas e o emprego dos brasileiros e brasileiras na maior crise sanitária do século, com o Brasil registrando quase 260 mil mortes pela Covid e vários estados sem Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) nem leito de enfermarias para atender os doentes. Por causa do agravamento da pandemia, ressaltou a dirigente, os protestos em defesa das trabalhadoras neste 8 de março serão, em sua grande maioria, virtuais.
“Vivemos num contexto de mortes, fome, violências, desemprego e desproteção por parte do Estado. Esse quadro se agrava ainda mais quando esta população é negra, em especial as mulheres, as principais vítimas dessa política de morte. O momento atual exige de nós, resistência, sendo as mulheres sua principal guardiã”, diz trecho do documento de orientação feito pela Secretaria da Mulher Trabalhadora da CUT para as estaduais da Central sobre a preparação e realização do Dia Internacional da Mulher.
Juneia reforça que, apesar da crise sanitária, é fundamental todas as CUTs nos estados organizarem os protestos, como sempre as mulheres fazem, mas neste momento é ainda mais importante porque, segundo ela, quem sofre ou sofrerá mais com os impactos deste país desgovernado são as mulheres.
“Somos nós mulheres que sofremos mais com a inflação em crescimento, a cesta básica aumentando desenfreadamente, a forte desestruturação do mercado de trabalho, aumento da fome, a redução do Estado, a crise econômica e promoção do conservadorismo. Vamos denunciar tudo isso e unidas vamos lutar para combater tudo isso. A luta em defesa de um país melhor passa pelo Fora Bolsonaro”, pontua Juneia.
Materiais de campanha das mulheres CUTistas
A Secretaria Nacional da Mulher Trabalhadora da CUT disponibilizou uma série de cards informativos do eixo central de luta no 8 de março “Pela Vida das Mulheres, Resistiremos: contra a fome, a miséria e a violência! vacina para todas e todos, já e Fora Bolsonaro”.
A proposta do material é que seja publicado diariamente nas redes sociais da CUT para contar um pouco das angústias e lutas das mulheres. E que possa impactar a sociedade.
“A desigualdade entre homens e mulheres ficou ainda maior na pandemia, as mulheres foram as que mais perderam empregos. As mulheres negras chegam a ganhar até 159% a menos que homens da mesma profissão e são as mulheres que são as mais responsáveis pelos cuidados. Todo dia gente vai contar um pouquinho desta realidade nas redes sociais e a gente espera que homens e mulheres divulguem tudo para que a gente possa denunciar este governo assassino, fascista e irresponsável”, finalizou.
Escrito por: Érica Aragão