O Mercado de TI para Mulheres, Captação e Retenção de Talentos e a Bolha de TI
Esse foi o tema do Trend Talk promovido pela Sucesu/PE, na noite dessa quinta-feira (30/3). A diretora do SINDPD-PE, Sheyla Lima, foi uma das convidadas a contribuir com o debate. O evento aconteceu no auditório da Livraria Jaqueira, no Shopping Paço Alfândega (Bairro do Recife).
Sheyla fez um resgate histórico sobre a organização da categoria de TI, em Pernambuco e nacionalmente, as dificuldades enfrentadas especialmente pelas mulheres de TI. “São muitas lutas até hoje, que se reflete na sociedade machista em que vivemos. Ao demonstrar seu alto nível intelectual, a capacidade de executar trabalhos em equipe, concentração e compromisso, as mulheres vem quebrando paradigmas e ocupando espaços antes só destinados aos homens”, afirmou. Mesmo com esse avanço, as mulheres ainda correspondem apenas a 20% da mão de obra do setor e com salários bem menores que o dos homens.”É fundamental e necessário uma cultura inclusiva com licença parental; políticas contra práticas de assédio e protetivas, para que as mulheres possam desenvolver todas as atividades de que são capazes”, pontuou.
A diretora do SINDPD-PE lembrou que o Sindicato está realizando uma pesquisa, neste mês de março, ouvindo as mulheres sobre as dificuldades que enfrentam, no seu dia a dia, e sobre o que esperam na próxima Campanha Salarial. A pesquisa se encerra nesta sexta-feira (31/3), mas Sheyla adiantou que até o momento a maioria de mulheres que participaram da pesquisa são do setor privado (47,5%) e 44,4% do setor público. A faixa etária predominante foi de mulheres entre 30 e 50. Questionadas sobre a valorização do seu trabalho, 54,5% das mulheres disseram que não há valorização e nem igualdade entre homens e mulheres, no setor de TI, e relacionaram uma série de motivos ao qual atribuem esse fato. Os resultados completos da pesquisa serão divulgados brevemente no site e redes sociais do SINDPD-PE.
Finalizando esse trend talk, o SINDPD-PE abordou o cenário atual, onde as demissões na área de TI, que começaram nos Estados Unidos, chegaram ao Brasil, nos últimos meses, apesar da carência de profissionais, da diminuição de estudantes na área de exatas e da perspectiva de um apagão com déficit de 425 mil profissionais de TI, até 2025. Os dados acendem o alerta do setor, pois mostram uma realidade bem diferente do boom de empregabilidade, principalmente das Startups, de 2019 a 2021, no auge da pandemia.