Pesquisa aplicada pelo SINDPD-PE traça perfil e necessidades de mulheres de TI
No mês de março se celebra as conquistas e lutas das mulheres em todo o mundo. Este ano, como uma das ações relacionadas ao mês da mulher, o SINDPD-PE circulou junto às trabalhadoras de TI com uma pesquisa em que se procurou entender melhor a realidade dessas mulheres no seu local de trabalho. Valorização profissional; síndrome de Burnout e assédio moral, foram questões abordadas na pesquisa, cujo extrato irá balizar a direção do SINDPD-PE a traçar estratégias que melhorem a condição profissional das mulheres de TI em Pernambuco.
A consulta foi bastante estimulada junto à base com publicações nas redes sociais e a circulação de um vídeo destacando a importância da participação das mulheres. Encerrada no último dia 31 de março, a pesquisa representa um extrato dos problemas e necessidades da categoria e foi respondida na maioria (47%) por mulheres de empresas privadas; 44% de empresas públicas e 9% desempregadas ou aposentadas. Sobre a faixa etária, 32% das mulheres estavam acima dos 50 anos; 46% tem de 30 a 50 anos e 22% estão abaixo dos 30 anos.
Dados
Das mulheres que contribuíram com a pesquisa, 54% dizem que se sentem tão valorizadas quando os homens no seu local de trabalho, mas 46% pensam diferente. Para as que não identificam uma igualdade de direito entre homens e mulheres, a maioria considera que a mulher é vista como uma profissional secundária e que pelo fato de acumular várias tarefas domésticas, são vistas como profissionais que produzem menos.
Sobre os salários, 76% diz que não existem diferenças salarias entre homens e mulheres, mas 24% afirmam que não há isonomia salarial. Além de citar alguns casos, as entrevistadas que dizem não haver igualdade, afirmaram que mulheres são menos indicadas para cargos de chefia nas empresas.
O SINDPD-PE quis saber também qual a realidade das mulheres de TI no período da pandemia e sobre o home office. 82% disseram que viveram o teletrabalho na pandemia e apenas 18%, não. Para quem passou a trabalhar em casa, a maioria considerou a nova realidade positiva, mas houve também quem reclamasse do acúmulo de tarejas no período.
O assédio moral, umas das causas de estresse no trabalho, também foi abordado na pesquisa. 74% das mulheres disseram que nunca sofreram assédio moral e 26%, que sim. Mas quando se trata de conhecer pessoas que sofreram, os números mudam. 54% das mulheres conhecem alguém que sofreu assédio moral e 46%, não tem conhecimento. O assédio sexual também foi abordado, quando 83% nunca sofreram assédio e 17%, que sim!
Um dos problemas relacionados atualmente às doenças no trabalho é a síndrome de esgotamento profissional, o Burnout. Perguntadas se se viam enquadradas nessa situação, 75% mulheres disseram que não, mas 25%, sim! Para esse percentual de mulheres a síndrome se instalou por cobrança excessiva da chefia; excesso de trabalho; desvalorização profissonal e estresse para se deslocar até o local de trabalho.
A maioria das mulheres entrevistadas (90%) acham justa a prorrogação da licença maternidade e 10% acha que como está, o benefício já contempla. Consultadas sobre itens importantes para compor a pauta de reivindicações da Campanha das Empresas Particulares 2023, foram apontadas como prioridade a redução jornada; melhora das condições do teletrabalho; aumento do perído da licença maternidade; direito ao afastamento do trabalho no período de cólica menstrual e um tratamento profissional digno.