Lançamento da logomarca dos 40 anos da CUT contou história e debateu futuro
Programa foi ar pelas redes sociais na noite de quinta-feira (11) e, além de apresentar a programação visual alusiva à data, resgatou por meio de ex-presidentes a história da CUT
Escrito por: Redação CUT | Editado por: Rosely Rocha
A CUT deu início, oficialmente, na última quinta-feira (11/5), à celebração de seus 40 anos de lutas com o lançamento de sua marca comemorativa e alusiva às quatro décadas de uma história que ajudou a mudar o Brasil e trouxe inúmeras conquistas para a classe trabalhadora.
A live de lançamento foi apresentada pelo presidente da CUT, Sérgio Nobre, ao lado de figuras emblemáticas que fizeram parte dos 40 anos, como os ex-presidentes da Central e das lideranças que hoje, compõem a direção nacional, como a vice-presidente Juvândia Moreira, o secretário-geral, Aparecido Donizeti Silva e o secretário de Administração e Finanças, Ariovaldo de Camargo.
Por meio das mensagens dos dirigentes, e para apresentar a marca dos 40 anos, a live trouxe um passeio pelo tempo destacando a história da Central ao longo dos anos, seu papel decisivo e sua importância para o conjunto da classe trabalhadora.
Fundada em 1983, em plena ditadura militar, a CUT teve papel atuante na luta pela redemocratização do país, à época. Também foi fundamental para que marcos históricos fossem cravados no que diz respeito a avanços em direitos para os trabalhadores, a exemplo da política de valorização do salário mínimo, em 2003, que instituiu reajustes acima da inflação ao longo dos anos, até ser interrompida pelos governos antidemocráticos de Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL).
A luta em defesa da democracia durante esse último período também teve a CUT como uma de suas protagonistas, assim como a eleição de um legítimo representante da classe trabalhadora à Presidência da República, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“Nessa trajetória, os 40 anos da CUT se fundem à história do Brasil não somente pela defesa intransigente dos direitos da classe trabalhadora, mas também porque a CUT está no DNA da luta pela redemocratização do país e essa luta está no DNA da nossa Central”, disse Sérgio Nobre.
Ao final da live, a nova logo foi apresentada com a saudação e o novo slogan da central para este período de celebração: CUT: 40 anos de luta, direitos e democracia que transformam vidas
Secretário de Comunicação da CUT Brasil e dirigente do SINDPD-PE, Admirson Medeiros (Greg) participou da Live e destacou a importância da Central para a organização dos/as trabalhadores/as brasileiros/as. “São 40 anos de muita luta e conquistas para classe trabalhadora, continuaremos firmes organizando os trabalhadores e as trabalhadoras na construção de uma sociedade mais justa e igualitária”, pontuou Greg.
Transformando vidas há 40 anos
O comando da CUT já passou por diversas lideranças combativas e preparadas para enfrentar os desafios impostos pela relação entre capital e trabalho durante todos esses anos.
Os ex-presidentes da CUT fizeram uma saudação especial para comemorar o aniversário e parabenizaram a Central pela sua atuação.
Primeiro a presidir a CUT, o metalúrgico Jari Meneguelli, eu sua saudação e ao lembrar fatos como a Constituinte de 1988, a redução da jornada de trabalho de 48 para 44 horas e o impeachment de Collor, reforçou que a história mostra que a CUT é uma das centrais com mais lutas em todo o mundo. “Mas ainda há muito o que fazer”, disse se referindo a representar a classe trabalhadora como um todo, incluindo os informais.
Também metalúrgico, Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho, disse se sentir honrado em ter participado das primeiras assembleias para realização da Conferência Nacional dos Trabalhadores (Conclat), em 1981, na Praia Grande, e de ter presidido a Central.
“É maior da América Latina e uma das maiores do mundo e desde aqueles tempos se mantém coerente com os interesses da classe trabalhadora. O que seria do Brasil sem a existência da CUT”, disse Vicentinho, hoje deputado federal pelo PT/SP.
Atual ministro do Trabalho e Emprego, e presidente da Central após a gestão do professor João Felício, falecido em 2020, o metalúrgico Luiz Marinho gravou uma mensagem especial felicitando a CUT pelos 40 anos e também lembrando a trajetória de companheiros que deram a vida a se dedicas às lutas da classe.
“Somos herdeiros do futuro daqueles que lutaram e se sacrificaram, fizeram greves perderam horas de sono e até seus empregos”, disse o ministro.
Marinho ainda ressaltou os desafios dados à classe trabalhadora. “A CUT, junto com o movimento sindical tem a grande responsabilidade de representar os trabalhadores frentes às inovações. Pensar nesses 40 anos é comemorar as conquistas, mas pensar nos desafios do futuro e a democracia que esteve tão em risco recentemente”, afirmou.
Trabalhador da categoria urbanitária, Arthur Henrique dos Santos, também lembrou a fundação da central. “Por um lado, a CUT nasceu em um dos momentos mais tenebrosos da história brasileira recente. Era 1983, 19 anos depois de nossa democracia ter sido aprisionada e sequestrada na ditadura. Por outro lado, podemos dizer que nascemos na luta pela redemocratização, por direitos, pelo voto e para dar voz às cidadãs e cidadãos do país”, contou Arthur.
O dirigente ainda traçou um paralelo entre aquele tempo e os dias atuais. “Estivemos sempre defendendo a democracia nas ruas e ninguém poderia imaginar que tantos anos depois teríamos que novamente sair às ruas para defender a democracia e derrotar nas ruas e nas urnas a direita fascista que governava o país”, disse Arthur.
Para o bancário e ex-presidente da CUT Vagner Freitas, os 40 anos da CUT representam mais uma vitória para a Central. Assim como Vicentinho, ele ressaltou a importância da CUT na história recente do país. “Se não fosse a CUT, nossas vidas estariam muito pior. Não teríamos a valorização do salário mínimo, categorias organizadas, a previdência”.
Para os próximos 40 anos, ele disse, a CUT estará ainda mais forte e mais moderna para continuar apresentando sua história de lutas e conquistas.
O ex-presidente João Felício foi lembrado pelo secretário de Administração e Finanças, Ariovaldo de Camargo. “O priomeiro professor a presidir uma central sindical. Ele se tornou também o primeiro brasileiro a presidir a CSI, Central Sindical Internacional, recebe nesse momento da celebração de 40 anos da CUT, a nossa homenagem”, disse Ari.
Felício também foi citado pela presidenta do Sindicato Oificial do Ensino Estadual de São Paulo, a deputada estadual pelo PT de SP, Maria Izabel Azevedo Noronha.”O Felício contruiu uma trajetória no movimento sindical e virou uma referencial nacional e internacional”, disse a dirigente ao saudar a CUT.
Mônica Valente, ex-dirigente da CUT e dirigente nacional do PT, também lembrou outro ex-presidentem já falecido. “Queria hoemagenrar João Felício e Keldj Jackobsen, que contribiu muito para a construção da CUTe para afirmação a nossa Central no mundo todo”, disse.
Próximo período
A celebração dos 40 anos da CUT contará com uma programação especial de atividades e eventos. A vice-presidenta da CUT, Juvandia Moreira, na live, trouxe um resumo do que serão as comemorações.
“Ao longo deste ano, a CUT Nacional e suas estaduais farão uma programação com atividades para reflexão, debate, atividades artísticas, culturais, exposições visando resgatar e reverenciar as conquistas do passado, nossas bandeiras históricas, e também apontar o que queremos para o futuro da maior central sindical do Brasil e uma das maiores do mundo”, disse Juvandia.
Entre as atividades estão o Ciclo de Debates “40 anos de luta: a CUT ontem, hoje e amanhã na conquista de direitos”, cujo objetivo é de reflexão sobre reivindicações históricas da classe trabalhadora brasileira e os desafios para a consolidação das conquistas numa perspectiva CUTista.
Entre os temas a serem abordados estão o papel das mulheres na construção da organização sindical, a luta contra a fome e a defesa da segurança e soberania alimentar, a emergência climática e a transição justa, direito à previdência e seguridade social, a defesa da democracia e da liberdade e autonomia sindical, a luta contra o racismo estrutural, e outros.
Outra atividade anunciada por Juvandia foi um Festival de Cultura. “Junto aos Congressos Estaduais, vamos desenvolver não somente atividades com artistas regionais, mas também o debate da importância da cultura na elevação de consciência e mobilização da classe trabalhadora”, afirmou a dirigente.
O Prêmio CUT “Democracia e liberdade sempre” que teve uma primeira edição em 2011, terá sua 3ª edição, e terá novamente por objetivo premiar mulheres, homens e instituições que dedicaram e dedicam sua jornada na defesa da dignidade humana e para isso, empreendem uma luta incansável em defesa da democracia e da liberdade, em todas as suas nuances.
“Esse prêmio simboliza e consolida o compromisso do Brasil que sempre sonhamos e que vimos construindo cotidianamente”, disse a dirigente.
Juvândia ainda anunciou que serão feitas ações específicas para o debate do racismo no mês da consciência negra, culminando com ações sociais e de solidariedade no Natal sem fome.
Ano decisivo
Em um momento em que os desafios da classe trabalhadora se intensificam dadas as novas relações de trabalho, a CUT, realizará em 2023 seu 14° Congresso, ocasião em que elege nova diretoria, atualiza estratégias de luta e reforça seu compromisso com direitos. Desde o último Congresso, a Central já tem como uma de suas prioridades defender não apenas trabalhadores formais, mas todo o conjunto da classe trabalhadora, duramente atacada nos últimos anos pelas reformas liberais e medidas dos governos anteriores.
“Além de marcar as quatro décadas da CUT, este é também o ano em que realizaremos o 14º Congresso Nacional, um momento decisivo para refletirmos, debatermos e organizarmos o futuro da nossa Central, diante dos desafios que aumentam a cada dia por causa das mudanças no mundo do trabalho”, afirmou Sérgio Nobre.
Ele destacou 2023, o ano em que a CUT completa 40 anos, é um ano emblemático, o primeiro após o período obscuro vivido nos anos anteriores.
“Elegemos um presidente da República democrático, derrotando a ultradireita, o fascismo e tudo de desastroso que o desgoverno Bolsonaro impôs ao país, nos últimos quatro anos. Com essa vitória, a classe trabalhadora e seus representantes legítimos retomaram o protagonismo nos espaços de decisões dos rumos da nação”, disse o presidente da CUT.
Sérgio Nobre reformou ainda que a classe trabalhadora voltou a poder planejar o futuro. “Mas nossos desafios ainda são enormes, porque estamos tendo de avançar a partir do retrocesso causado a partir do golpe de 2016 e que vigorou até 2022”, ressaltou o dirigente.
O secretário-geral da CUT, Aparecido Donizetti da Silva, também destacou a importância do 14° Congresso da CUT neste ano em que a Central completa 40 anos e conclamou toda a base cutista a participar deste importante processo.
“Destacamos a importância da participação das entidades sindicais e da base nos debates sobre os rumos do brasil e do sindicalismo cutista, contidas no texto base da direção que servirá de referência para as assembleias que elegerão os e as delegadas para os congressos estaduais e nacional”, convocou o dirigente.