Todo apoio aos/as trabalhadores/as rodoviários, metroviários, da educação e enfermagem
Durante toda a semana, Recife conviveu com a deflagração de greves de motoristas de ônibus e metroviários, além do anúncio de greve dos/as professores/as e demais trabalhadores/as nas escolas estaduais, suspensa por decisão judicial. Sem dúvida, estas greves incomodam a população, em especial, quem tem sua rotina diária afetada, especialmente aqueles e aquelas que dependem do transporte público para seu deslocamento. Mas, por trás de um movimento como esse, está uma luta que direta ou indiretamente, beneficia toda a população.
Mas diante de uma paralisação, o que ganha destaque nos noticiários das televisões, rádios e jornais, é o incômodo que a greve traz. Pouco se debate as causas que levaram estes trabalhadores/as a se mobilizarem e muito menos, a importância desse instrumento para o avanço de direitos para a sociedade, a exemplo da jornada de 8 horas diárias, das férias e do décimo terceiro, conquistas que resultaram de lutas anteriores, no Brasil e no mundo. Foi a mobilização da classe trabalhadora que também garantiu os direitos de sindicalização e de greve, nas constituições dos países democráticos, inclusive na do Brasil, que os consagram como fundamentais nos seus artigos 8° e 9°.
No entanto, estes direitos são desrespeitados frequentemente pelos empresários, que em muitas situações reagem na tentativa de impedir a ação sindical e ameaçam trabalhadores de demissão; são desrespeitados pelos governos estaduais e municipais, que apelam à justiça, ou à polícia, em vez de negociar as reivindicações; são desrespeitados pelo judiciário, quando impõem o fim da greve ou a obrigatoriedade da manutenção das atividades com um percentual elevado de trabalhadores, o que inviabiliza o exercício desse direito constitucional (existem sentenças que obrigaram a presença de 80, 90 e até 100% da classe).
Isso foi visto na postura autoritária do governo Raquel Lyra em relação à greve da enfermagem e da educação, essa última, conduzida pelo SINTEPE e na prisão arbitrária do presidente do Sindicato dos Rodoviários, Aldo Lima, na manhã desta sexta-feira (28/7). O movimento da categoria rodoviária é legítimo, seja pela necessária valorização desses profissionais que estão acumulando funções de motorista e cobrador, ou por um transporte de qualidade, o que torna abusiva a prisão de um líder sindical por realizar píquetes, sem danos ao patrimônio público ou à frota das empresas.
Repercussão
Estas lutas e greves de diversas categorias, de Pernambuco e outros estados, não são isoladas. Sua força e resultado, influenciam diretamente no desempenho das Campanhas Salariais que os trabalhadores e trabalhadoras estão encaminhando. No caso da área de TI, essas mobilizações repercutem nas Campanhas do SERPRO, DATAPREV, ATI e Empresas Privadas. Isso, porque os índices concedidos e direitos conquistados mostram uma tendência, pricipalmmente se o movimento for judicializado e couber ao Tribunal Regional do Trabalho (TRT), mediar o impasse. Essas categorias não estão isoladas. Elas são parte de uma engrenagem que envolve toda a classe trabalhadora.
Por tudo isso, a direção do SINDPD-PE vem manifestar seu apoio irrestrito a todas categorias que, nas últimas semanas, tem ido à luta por seus direitos, inclusive através do instrumento legítimo da greve.
Somos todos e todas motoristas, metroviários, trabalhadores/as da educação e da enfermagem. Somos classe trabalhadora!