Entidades repudiam adesivos com ofensa sexual a Dilma e governo toma providências
A divulgação nas redes sociais da venda de um adesivo para carro ofensivo à figura da presidenta Dilma despertou a reação do governo federal e de várias entidades da sociedade civil organizada. Preocupada com violações dos direitos das mulheres, a Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM) formalizou junto ao Ministério Público Federal, à Advocacia Geral da União e ao Ministério da Justiça, pedido de investigação sobre a venda de adesivos.A Secretaria recebeu várias denuncias confirmando a comercialização de adesivos com deturpação da imagem da presidenta Dilma Rousseff.
Para a minsitra Eleonora Municucci “é intolerável o material que violenta a imagem da Presidenta Dilma. Ele fere a Constituição ao desrespeitar a dignidade de uma cidadã brasileira e da instituição que ela representa, para a qual foi eleita e reeleita democraticamente”. A ministra determinou que os órgãos competentes tomem as devidas providências para impedir a produção, veiculação, divulgação, comercialização e utilização do material, assim como a apuração de responsabilidades civis e penais dos autores.
A indignação com a veiculação de imagens e informações sobre a venda dos adesivos causou revolta e a reação de várias entidades. O Fórum Nacional de Mulheres Trabalhadoras da Centrais Sindicais divulgou nota no último dia 03/07 repudiando a iniciativa e pedindo a responsabilização dos culpados. Compõem o Fórum a CTB, CUT, Força Sindical, Nova Central e UGT.
Na nota divulgada o Fórum das Centrais afirma, entre outras coisas, que “a veiculação dessa imagem deve ser proibida imediatamente, seja como adesivo ou em mídia eletrônica por constituir um ato discriminatório contra as mulheres brasileiras e contra a Presidenta Dilma, contrário a nossa Constituição Federal onde homens e mulheres são iguais perante a Lei. Além disso, é fundamental responsabilizar civilmente e penalmente as pessoas responsáveis pela elaboração e circulação desse adesivo”.
Outra manifestação contrária à veiculação do adesivo veio do CLADEM, Comitê Latino Americano e do Caribe em Defesa dos Direitos das Mulheres, da Marcha Mundial de Mulheres, União Brasileira de Mulheres, Rede Feminista de Saúde, Secretaria Estadual de Mulheres do PT/RS, o Coletivo Feminino Plural, a THEMIS Gênero Justiça e Direitos Humanos, a Frente Parlamentar de Homens pelo Fim da Violência contra a Mulher – AL/RS, Conselho Estadual dos Direitos das Mulheres do Rio Grande do Sul e do Conselho Municipal dos Direitos das Mulheres de Porto Alegre – CONDIM que expressaram seu repúdio contra “os adesivos de carro com mensagem sexista e uso da imagem da Presidenta Dilma Rousseff”. “A liberdade de expressão tem limites regulados em lei. Qualquer tentativa de protestar contra o aumento do combustível ou contra a chefe do Executivo brasileiro ultrapassou os direitos de imagem, e passou a configurar afirmação de violência contra a mulher. A imagem da mulher no adesivo,remetem a mensagem de uma violência sexual, o que por si é uma expressão inadmissível de suportar diante do atentado a dignidade sexual que convivemos cotidianamente. Além disso, a mulher em questão é a Presidenta da República, o que reforça a violência sexista que enfrenta a mulher na política”, diz a nota.